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Estigmas que mais prejudicam a vida de portadores do HIV

    Entrevistados acreditam que falta de informação gera preconceito

    No próximo dia 1º de dezembro, será comemorado o Dia Mundial da Luta contra a Aids, simbolizando os esforços contra a doença. Apesar dos avanços importantes no tratamento, um dos principais obstáculos da doença ainda persiste: o preconceito. Foi o que apontou uma pesquisa da Aids Treatment for Life International Survey (Pesquisa sobre Tratamentos de Longo Prazo de Aids, em Âmbito Internacional). O preconceito também é tema da campanha deste ano do Ministério da Saúde.

    Para 97% dos brasileiros entrevistados que convivem com Aids, é preciso educar mais a sociedade no que se refere ao HIV. Quase metade (46%) dos entrevistados está muito ou extremamente preocupada com o fato das pessoas saberem que eles estão infectados pelo vírus. Eles temem principalmente a discriminação e os estigma sociais, a impossibilidade de entrar em outros relacionamentos futuramente e a perda de família ou amigos.

    O levantamento entrevistou 2.035 pessoas com Aids em 12 países (Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Rússia, Espanha, Reino Unido, Coreia do Sul, Austrália, Brasil, África do Sul e Costa do Marfim). No Brasil, a pesquisa envolveu 201 pessoas com diagnóstico da doença, sendo 61% do sexo masculino e 39% do sexo feminino.

    Estigmas que apresentaram maior impacto na vida dos entrevistados brasileiros:

    • pessoas com HIV devem ser evitadas (33%);
    • pessoas com a doença apresentam comportamento de risco (29%);
    • pessoas com contaminadas não vivem muito tempo (24%);
    • Aids é facilmente transmitida por meio de atividades normais e rotineiras (21%);
    • pessoas com HIV/Aids parecem diferentes (18%).

    Os participantes da pesquisa acreditam que todos os estigmas exigem mais educação das pessoas, especialmente aqueles em relação a repulsa e percepção da facilidade de transmissão da doença em atividades do dia a dia como abraçar, compartilhar alimentos, bebidas, apertar as mãos, beijar ou compartilhar o banheiro com portadores do vírus.

    Para Dr. Mauro Schechter, Chefe do Laboratório de Pesquisas em AIDS do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o preconceito exclui e prejudica a autoestima das pessoas com HIV e Aids. ”

    — Ele pode colocar em risco os planos e a vontade de viver dessas pessoas — afirma.

    Fonte: Zero Hora