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Jogo virtual ensina cuidados com prematuros

    Game simula ambiente de incubadora neonatal e ensina a identificar quadro respiratório de bebês prematuros. O jogo, chamado e-Baby, foi desenvolvido por pesquisadora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP para treinar profissionais da saúde que trabalham em unidade neonatal.
    A ideia do jogo começou a tomar forma quando, em 2009, em seu trabalho de doutorado, a professora Luciana Mara Monti Fonseca investiu no desenvolvimento, validação e uso de tecnologias educacionais para a educação em saúde. O resultado foi o site de avaliação clínica do bebê prematuro Semiologia e semiotécnica do recém-nascido pré-termo (SSRNPT).
    Os estudos avançaram e, para tornar o conteúdo do site mais dinâmico, a professora escolheu a ferramenta educativa virtual Serious Game e criou e-Baby, um jogo de aprendizado por computador. O novo game educativo foi a base de seu trabalho de pós-doutoramento realizado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Portugal, entre outubro de 2011 e outubro de 2012.
    Entre os resultados obtidos até o momento, Luciana confirma o potencial doserious game no auxílio ao ensino, garantindo que a ferramenta torna a aprendizagem mais flexível, atrativa e interativa, pois “as simulações permitem a máxima aproximação à realidade encontrada em uma unidade neonatal; o que possibilita ao estudante um treinamento mais adequado da avaliação clínica da oxigenação de um segmento populacional de risco, o bebê prematuro”.
    Virtual e interativo
    O jogo utiliza tecnologia digital interativa para formação e ensino, que inclui simulações. No caso do “e-Baby”, o design é emocional, simulando o ambiente de uma incubadora, e o usuário realiza a avaliação clínica da respiração do bebê prematuro.
    É possível escolher o histórico do bebê e os instrumentos para a avaliação clínica. O jogo apresenta fases, cada uma delas com diferentes comprometimentos respiratórios. Vai do menor ao maior nível de complexidade, permitindo ainda que todo o procedimento seja filmado e compartilhado em rede social. Possui ainda chat e fórum.
    Os estudos da pesquisadora acerca das novas ferramentas de ensino mostraram que o desempenho do estudante é melhor com o uso das tecnologias integradas, comparando com os modelos que usam ensino virtual isolado ou o modelo tradicional de ensino. “Finalizamos todas as fases propostas para o pós-doutorado em Portugal e fomos além, pois alavancamos um novo projeto, em parceria com a equipe europeia, que continua o estudo, testando o e-Baby em dispositivos móveis, o mobile-learning”, conta a pesquisadora. Ela acredita que os resultados devem proporcionar novos estilos de aprendizagem aos estudantes.
    O trabalho de Luciana gerou ainda seis artigos e um curso de formação A avaliação clínica do bebê pré-termo, ministrado na ESEnfC. É realizado no modelo Ead com navegação no e-Baby e momentos presenciais em Centro de Simulação e, conta ainda, com chat e fórum.
    Tanto o site de avaliação clínica do bebê prematuro, software SSRNPT, quanto o serious game, e-Baby, podem ser acessados livremente.
    Menção Honrosa
    O estudo Serious Game e-baby sobre a avaliação do bebê pré-termo em unidade neonatal, parte do pós-doutorado Design emocional: contribuições para a interação estudante-tecnologia educacional em enfermagem neonatal: etapas I, II, III e IV,recebeu Menção Honrosa no III Simpósio Internacional de Enfermagem em Cuidados Intensivos Pediátricos e Neonatais, realizado dia 10 outubro de 2012 pela Escola Paulista de Enfermagem da UNIFESP, em São Paulo.
    Intercâmbio
    Luciana comenta que a experiência de convívio com outros pesquisadores foi extremamente rica e prazerosa, e pode conhecer diferentes formas de trabalho, novas perspectivas, adaptar o novo, e enfrentar desafios. “A troca de experiência entre pesquisadores e desenvolvimento de parcerias em pesquisa não acabou com a conclusão do pós-doc, muito pelo contrário, é um caminho iniciado e que vai além desta fase, trabalhamos juntos em projetos que ainda serão iniciados, em parcerias em pesquisas e orientações”.
    Para ela, sair do país é muito importante. “A internacionalização engrandece muito a profissão e o retorno é emocionante, pois, a bagagem intelectual trazida é imensa e a força para buscar mais conhecimento é proporcionalmente aumentada”.
    Fonte: Agencia USP de Notícias

    Camila Ruiz, da Assessoria de Imprensa da EERP imprensa.rp@usp.br