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Insulina, orientações para diabéticos

    Diabetes: orientações para quem usa insulina

    A insulina é um hormônio fabricado naturalmente por algumas células localizadas no pâncreas. Pessoas portadoras de Diabetes que necessitam utilizar insulina, o fazem porque seu organismo não a produz ou produz em quantidade insuficiente, necessitando de complementação diária.

    A insulina é um MEDICAMENTO !!!

    Surgiu para salvar vidas.

    Antes de sua descoberta, as pessoas afetadas pela diabetes morriam à míngua, sem que se pudesse fazer nada por elas.

    Como todo medicamento, a insulina só deve ser utilizada quando prescrita por um médico.

    O uso da insulina não cura o Diabetes, pois essa é uma doença crônica, onde a cura ainda não foi descoberta.

    Assim, ela deve ser administrada todos os dias, às vezes, mais de uma vez ao dia.

    Sua ação é de redução dos níveis de glicose do sangue, protegendo a pessoa das complicações da doença.

    Existem vários tipos de insulina

    As mais usadas atualmente são as insulinas humanas tipo NPH, de ação mais lenta e a regular de ação rápida, utilizada para correção da glicemia elevada.

    A concentração das insulinas no Brasil vem em U-100, isto é, para cada 1ml correspondem 100 unidades de insulina. Elas se apresentam em frascos de 10 ml, logo, contendo 1000 unidades para utilização em seringas.

    Os frascos fechados de insulina devem ser armazenados em geladeira entre 2º a 8ºC, fora da embalagem térmica ou de isopor, longe do congelador, de preferência na gaveta ou próximo a ela, longe da porta também, pois lá não temos como manter uma temperatura adequada.

    Uma vez congelada, a insulina perde suas propriedades de tratamento, podendo ser desprezada.

    Se a insulina não puder ser guardada em geladeira, procure um lugar fresco, limpo e que não pegue sol diretamente para armazená-la. Ela pode ser mantida em temperatura ambiente, entre 15º e 30ºC.

    Uma vez aberto o frasco de insulina, ele deverá ser utilizado no período de 30 dias, por isso, para seu controle, marque a data de abertura no frasco.

    Evite transportar o frasco de insulina quando a temperatura ambiente estiver acima de 40ºC e use sempre uma caixa de isopor ou bolsa térmica. Se o transporte for de longa distância, além da embalagem térmica, utilize gelo reciclável separado do frasco de insulina por isolante para evitar seu congelamento. Nunca utiliza gelo seco.

    Para a aplicação da insulina:

    1. Inicialmente, lave suas mãos cuidadosamente;
    2. Retire o frasco de insulina da geladeira de 10 a 20 minutos antes, pois a insulina gelada causa dor e irritação após a aplicação;
    3. Separe todo o material que irá utilizar: seringa, agulhas, algodão e álcool 70%;
    4. Gire o frasco de insulina leitosa (NPH) com movimentos suaves das mãos, sem agitar, pois o excesso de agitação também torna a substância inútil. Ela não deve espumar;
    5. A insulina transparente (Regular) não necessita de homogeneização prévia;
    6. Promova a desinfecção da tampa emborrachada do frasco de insulina com algodão embebido em álcool 70%;
    7. Pegue a seringa de insulina e puxe o êmbolo até a graduação correspondente à dose prescrita, tomando o cuidado de não tocar na parte interna do êmbolo;
    8. Retire o protetor da agulha e injete o ar dentro do frasco até o final. A introdução de ar no frasco facilita a aspiração e ajuda na retirada correta da dose de insulina;
    9. Sem retirar a seringa vire o frasco de cabeça para baixo e puxe o êmbolo até a dose prescrita. Se bolhas de ar aparecerem, dê pequenos golpes na seringa com as pontas dos dedos. Quando as bolhas saírem confira se a quantidade de insulina aspirada é a prescrita e, se necessário, corrija;
    10. Retire a seringa com a agulha do frasco e proteja-as, preparando-se para a aplicação.

    Locais de aplicação de insulina:

    Regiões lateral direita e esquerda do abdome, de 4 a 6 cm distante da cicatriz umbilical, face anterior e lateral externa da coxa, face posterior do braço e quadrante superior lateral externo das nádegas, como na figura:

    Locais adequados para aplicação de insulina
    Locais adequados para aplicação de insulina

    Fonte: Diabetes Care Manual, from MacNeely Pediatric Diabetes Center

    É muito importante fazer o rodízio do local de aplicação visando a melhor absorção da insulina e a prevenção de complicações como a lipodistrofia.

    Deve-se organizar as aplicações por região escolhida, explorando uma determinada área até que se esgote as possibilidades de aplicação, respeitando-se o intervalo de 2 cm entre aplicações em um mesmo local.

    A aplicação feita no abdome é a de maior velocidade de absorção, seguida dos braços, coxas e nádegas.

    Não é aconselhável realizar a aplicação de insulina logo após a prática esportiva, pois o fluxo sanguíneo está aumentado, o que aumenta a velocidade de absorção.

    Técnica de aplicação de insulina:

    1. Com as mãos limpas e a insulina já preparada, limpe o local escolhido para aplicação com algodão;
    2. Faça uma prega cutânea na pele do local escolhido e introduza a agulha em ângulo de 90 graus soltando a prega logo após;
    3. Injete a insulina delicadamente e retire a agulha da pele.

    O descarte da seringa e agulha não deve ser feito no lixo normal, pois pode machucar quem recolhe e manipula o lixo.

    Arrume uma garrafa plástica usada (a melhor é a de água sanitária) e vá descartando ali suas agulhas e seringas. Quando a garrafa estiver cheia, tampe-a e leve ao posto de saúde mais próximo de sua casa para que eles possam descartar no local apropriado.

    Seringas e agulhas descartáveis de insulina podem ser reutilizadas em nível doméstico, desde que guardados alguns cuidados como a higiene das mãos e a proteção da agulha com sua capa própria.

    Cuidado para não se machucar na hora de re-encapar a agulha. Se você estiver fazendo a insulina em alguém, peça para a própria pessoa re-encapar a agulha.

    O Ministério da Saúde considera possível a reutilização das seringas pela mesma pessoa até oito aplicações em ambiente doméstico. Em caso de hospitais, unidades e postos de saúde exija sempre uso único de seringas e agulhas.

    Em casa, as seringas e agulhas podem ser guardadas em local limpo á temperatura ambiente ou junto com a insulina na geladeira.

    Na reutilização da agulha, não é necessária a limpeza com álcool, pois este retira a camada de silicone da agulha, o que torna a aplicação mais dolorosa.

    Para quem usa canetas para aplicar insulina:

    1. Prepare a insulina e os materiais como já descrito acima;
    2. Retirar a tampa da caneta;
    3. Separe a caneta em duas partes (corpo e parte mecânica);
    4. Gire o parafuso interno até ficar completamente dentro da parte mecânica;
    5. Acomode o refil de insulina no corpo da caneta;
    6. Recoloque a parte mecânica ao corpo da caneta;
    7. Conecte a agulha na caneta;
    8. Selecione 2 unidades e pressione completamente o botão injetor. Repita a operação até o aparecimento de uma gota de insulina na ponta da agulha;
    9. Selecione o número de unidades de insulina necessárias;
    10. Introduza a agulha no subcutâneo;
    11. Pressione o botão injetor;
    12. Após a administração, aguarde 5 segundos antes de retirar a agulha;
    13. Retire a agulha e pressione o local por mais 5 segundos;
    14. Retire e descarte a agulha utilizada;
    15. Recoloque a tampa da caneta;
    16. Guarde a caneta em uso em temperatura ambiente (nunca poderá ser guardada no refrigerador)

    Sobre a APLICAÇÃO DE INSULINA, assista este VÍDEO, de aproximadamente 14 minutos,  apresentado pelo Dr. Walter Minicucci. A produção é uma iniciativa da Editora Lua.

    Temas vinculados ao conteúdo sobre Diabetes:

    Bibliografia:

    Grossi SAA. Tratamento insulinoterápico da pessoa com diabetes mellitus. In: Duarte YAO, Diogo MJD. Atendimento domiciliar: um enfoque gerontológico. São Paulo, Atheneu, 2000. cap.24.2, p.336-47.

    Diabetes sem mistério: conforto e segurança na aplicação de insulina. Centro BD de Educação em Diabetes, s./d.

    American Diabetes Association. Insulin administration. Diabetes Care, 2004, 27: s106-107,. Supplement 1.

    UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group: Intensive blood-glucose control with sulphonylureas or insulin compared with convencional treatment and risk of complications in patients with type 2 diabetes (UKPDS 33). Lancet, v. 351, p.837-853, 1998.
    Ferreira, SRG. Análise crítica do uso de canetas injetoras de insulina ,Aventis Pharma, 2001.

    13. OLIVEIRA, MC. Escolha a seringa e a agulha BD Ultra-Fine adequadas ao seu tratamento com insulina. BD Bom Dia, São Paulo, n.76, p.8-9, Dez.2006.