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Avanços sociais explicam aumento da expectativa de vida, diz IBGE

    RIO – O avanço da escolaridade, do sistema de saúde e das redes de saneamento básico foram fundamentais para elevar a esperança de vida do brasileiro, que passou de 62,57 anos em 1980 para 73,17 anos em 2009, o equivalente a 73 anos, dois meses e um dia.

    Para o gerente de população e indicadores sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Juarez Oliveira, o aumento na esperança de vida é “algo esperado”.

    “O Brasil avançou. Não tanto quanto deveria, mas avançou em questões associadas ao saneamento básico, escolaridade e melhoria do sistema de saúde. Para determinadas enfermidades, que eram tratadas de forma caseira, a população já busca atendimento hospitalar”, disse Oliveira.

    “O que seria de se estranhar seria se mortalidade tivesse subido. A queda é natural, já que o país se desenvolveu, não só economicamente, mas também com ganhos sociais que se refletem nos indicadores sintéticos de saúde”, acrescentou.

    A expectativa de vida continua sendo mais alta entre as mulheres, que viram a esperança de vida ao nascer saltar de 65,75 anos em 1980 para 77,01 no ano passado. Já os homens viram sua expectativa de vida avançar de 59,66 anos para 69,42 anos no mesmo período.

    Segundo Oliveira, essa diferença causa atualmente um excedente de 4 milhões de mulheres no país e as projeções do instituto apontam para 14 milhões de mulheres a mais em 2050.

    “Nascem mais homens que mulheres, mas, a partir do nascimento, os homens começam a morrer mais rapidamente”, frisou Oliveira, lembrando que o sexo masculino tem maior fragilidade no sistema pulmonar ao nascer. “Pensa-se que a criança do sexo feminino é mais frágil, mas na verdade é o contrário”, disse.

    O técnico do IBGE lembrou que a queda da mortalidade infantil causa, naturalmente, a elevação da expectativa de vida dos brasileiros. Entre 1980 e 2009 a taxa de mortalidade infantil caiu de 69,12 por mil nascidos vivos para 22,47 por mil nascidos vivos.

    De acordo com as metas do milênio, essa taxa deveria recuar para 15 por mil nascidos vidos em 2015, mas Oliveira ressaltou que a projeção do IBGE indica que a mortalidade deverá atingir 18 por mil nascidos vivos na ocasião.

    Oliveira explicou que avanços na vacinação, amamentação e acompanhamento dos recém nascidos contribuíram para a queda das mortes de bebês.

    Ele destacou que diversos esforços são feitos para que se atinja, em 2015, a meta do milênio para a mortalidade infantil, como a universalização do acesso ao pré-natal, as campanhas de aleitamento materno e as constantes demandas para aceleração dos investimentos em saneamento básico e em educação.

    “São esforços para atingir nível de países em que as mortes decorrem de doenças que não têm tratamento”, ponderou Oliveira.

    Fonte: Agencia Globo