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Ações do Ministério da Saúde estabilizam internações do diabetes

    O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (13/12/2013) o levantamento que indica a estabilização no número de internações decorrentes do diabetes.

    Nos primeiros semestres dos anos de 2010 a 2012 foram registradas, em média, 72 mil hospitalizações. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estes dados têm uma associação direta com a ampliação de medicamentos gratuitos ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e aos atendimentos prestados pelos profissionais da rede pública de saúde.

    “O programa Saúde Não tem Preço é umas das ações fundamentais para o enfrentamento da doença, e já garantiu a distribuição gratuita de medicamentos às pessoas com diabetes.

    Desde o lançamento do programa, em fevereiro de 2011, até outubro de 2012, mais de 4,1 milhões de pessoas foram beneficiadas. O número de atendimentos saltou de 306 mil em janeiro de 2011 para 1,4 milhão em outubro de 2012, o que representa aumento de 370% dos beneficiados”, afirma Padilha.

    Segundo o diretor do Departamento de Atenção Básica, Heider Pinto, o Ministério da Saúde desenvolve um conjunto de ações com o objetivo de combater as doenças não transmissíveis, principalmente na questão da prevenção, controle e tratamento do diabetes.

    O Plano de Ações de Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) prevê a queda de 2%, ao ano, das mortes prematuras por doenças crônicas a partir da melhoria de indicadores relacionados ao álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade, fatores de risco para o diabetes.

    Outra medida importante de acordo com o diretor Heider Pinto é a ampliação dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF) com equipes de multiprofissionais, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos e nutricionistas, importantes para complementar as ações contra as doenças crônicas, em especial o diabetes. Com estas mudanças, os municípios menores passam a contar com equipes especializadas para auxiliar no tratamento da doença.

    Programas – O programa Melhor em Casa, serviço de atenção domiciliar que garante a continuidade do tratamento integrado à rede de atenção à saúde, aponta que 4,8% dos usuários atendidos têm diabetes. Outro programa que beneficia à população é o Saúde na Escola que alerta para a prevenção e cuidados desde a infância com orientações sobre alimentação saudável e atividades físicas.

    “A Academia da Saúde é outra ação importante para a prevenção de doenças e promoção da saúde. Além de estimular a prática de atividades físicas, a população recebe também orientações dos profissionais na educação alimentar e nutricional. Dos 4 mil polos previstos para construção até 2014, mais de 2 mil já foram habilitados”, afirma o diretor Heider.

    Na ocasião, foi lançado o site “Autocuidado do Diabetes”, ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Saúde com informações sobre a doença, uso correto de medicações, influência dos hábitos de vida, esclarecer mitos sobre a doença. “A pessoa pode encontrar receitas de alimentos saudáveis, recomendações de atividades físicas e depoimentos de várias pessoas falando como conseguiram com qualidade de vida mudar os seus hábitos para poder controlar a sua doença”, destaca o diretor da Atenção Básica.

    A população tem acesso à página pelo endereço eletrônico: http://autocuidado.saude.gov.br/.
    Atendimentos – A atenção aos pacientes com diabetes é feita no Sistema Único de Saúde (SUS) por equipes da Atenção Básica.

    No ano passado, o Ministério criou o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), que busca ampliar o acesso e melhorar o atendimento na Atenção Básica, garantindo aos serviços um padrão nacional de qualidade. O programa eleva os recursos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que cumprem metas na qualificação do trabalho das equipes de saúde. Padilha anunciou que uma das metas do PMAQ é que as equipes cadastrem 100% dos diabéticos na sua área de atuação.

    Números – De 2000 a 2010, o diabetes foi responsável por mais de 470 mil mortes em todo o Brasil. Neste período, o número saltou de 35,2 mil para 54,8 mil. Isso significa que a taxa de mortalidade avançou de 20,8 para 28,7 mortes por 100 mil habitantes. As mulheres são as principais vítimas. Em 2010, foram 30,8 mil óbitos de mulheres, contra 24 mil de homens.

    Em 2000, eram 20 mil mulheres, enquanto 14 mil homens morreram por essa causa. A faixa etária que apresenta a maior parte das mortes em 2010 fica acima dos 80 anos de idade, na qual ocorreram 15,7 mil falecimentos. Esse número mais que dobrou, já que em 2000 foram 6,8 mil mortes de idosos diabéticos com mais de 80 anos.

    Além disso, a maior concentração de óbitos pela doença foi constatada na população menos escolarizada. Foram 24 mil mortes de diabéticos com até três anos de escolaridade em 2010. Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), realizada pelo MS, a prevalência autoreferida de diabetes é de 5,6% da população adulta (6% das mulheres e 5,2% dos homens).

    Gabriella Vieira / Blog da Saúde, com informações da Agência Saúde